O cyberbullying é uma forma de violência praticada por meio de plataformas digitais, onde ofensas, ameaças ou humilhações são direcionadas a uma vítima, muitas vezes menor de idade. Esse fenômeno tem preocupado autoridades, escolas e famílias, pois pode trazer consequências psicológicas graves e afetar o desempenho social e escolar dos jovens.
1. Conceito e legislação
Ainda que não exista uma lei federal específica para “cyberbullying” no Brasil, o comportamento pode ser enquadrado em vários tipos penais, como injúria, difamação ou ameaça, dependendo do conteúdo das mensagens. O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990) também prevê a proteção integral do menor, possibilitando ações protetivas quando há riscos à dignidade ou à integridade psicofísica.
2. Responsabilidade de pais e escolas
Os pais podem ser responsabilizados civilmente pelos atos cometidos por seus filhos menores, pois têm o dever de zelar pela educação e conduta dos mesmos. As escolas, por sua vez, podem ser chamadas a responder por omissão caso tenham conhecimento das práticas de cyberbullying e não adotem medidas para coibi-las.
3. Exemplo prático
Um aluno cria um perfil falso no Instagram para postar montagens humilhantes de um colega. A vítima desenvolve quadros de ansiedade e depressão. Nesse contexto, os pais podem registrar boletim de ocorrência, buscar apoio psicológico para a vítima e, se comprovada a omissão da instituição de ensino, pleitear indenização ou até a aplicação de medidas socioeducativas ao agressor.
4. Possíveis consequências jurídicas
Se o menor autor do bullying tem menos de 12 anos, ele não pode ser responsabilizado penalmente, mas pode sofrer medidas de proteção. Se tiver entre 12 e 18 anos, pode ser submetido a medidas socioeducativas previstas no ECA, como advertência, obrigação de reparar o dano ou até mesmo internação em casos extremos. Há ainda a dimensão cível, na qual os pais podem arcar com indenizações.
5. Considerações finais e convite ao diálogo
O cyberbullying requer atenção de todos os envolvidos no ambiente social de crianças e adolescentes. A prevenção, por meio de diálogos, atividades educativas e acompanhamento parental, é fundamental para reduzir os casos. Se você é vítima ou conhece alguém que passa por isso, busque ajuda e orientação especializada.
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