
Saiba como a Lei Maria da Penha protege as vítimas de violência psicológica, seus direitos e o que fazer para buscar ajuda jurídica
A violência psicológica é uma das formas mais silenciosas e subestimadas de agressão contra a mulher. Diferente da violência física, ela não deixa marcas visíveis, mas causa danos profundos e duradouros.
A Lei Maria da Penha protege as vítimas desse tipo de violência e prevê punições para os agressores. Mas você sabe o que configura violência psicológica e quais direitos a vítima possui? Neste artigo, vamos esclarecer tudo o que você precisa saber.
O Que É Violência Psicológica?
De acordo com o artigo 7º, inciso II, da Lei Maria da Penha, a violência psicológica é caracterizada como:
“Qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima da mulher, ou que a prejudique e perturbe seu desenvolvimento.”
Essa forma de violência inclui:
- Ameaças constantes.
- Humilhação, xingamentos e ofensas.
- Isolamento da vítima de amigos e familiares.
- Controle excessivo e manipulação emocional.
Como a Lei Maria da Penha Protege as Vítimas?
A Lei Maria da Penha prevê mecanismos específicos para proteger vítimas de violência psicológica:
- Medidas Protetivas de Urgência
- Afastamento do agressor do lar.
- Proibição de contato com a vítima.
- Acompanhamento psicossocial da mulher.
- Assistência Psicológica
A lei garante apoio especializado às vítimas por meio dos Centros de Referência de Atendimento à Mulher (CRAMs) e outros serviços públicos. - Tipificação da Violência Psicológica
Em 2021, a violência psicológica foi criminalizada pelo artigo 147-B do Código Penal, inserido pela Lei nº 14.188/2021:
“Causar dano emocional à mulher, que a prejudique ou controle, com pena de 6 meses a 2 anos de reclusão.”
Jurisprudência Recente Sobre Violência Psicológica
Os tribunais têm reconhecido a gravidade da violência psicológica, aplicando as medidas protetivas e punições previstas:
- Decisão:
“A violência psicológica deve ser analisada com base no contexto de manipulação, controle e medo imposto à vítima, mesmo sem agressão física.” (TJSP, 2023). - Estatísticas: Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 80% das mulheres vítimas de violência doméstica relatam ter sofrido violência psicológica.
Exemplo Prático
Ana vivia em um relacionamento abusivo no qual seu parceiro a humilhava constantemente, chamando-a de “incompetente” e ameaçando deixá-la sem recursos financeiros caso terminasse o relacionamento. Além disso, ele a isolava dos amigos e monitorava suas redes sociais.
Ana buscou ajuda jurídica e, com base na Lei Maria da Penha, obteve uma medida protetiva que afastou o agressor e garantiu apoio psicológico.
Como Buscar Ajuda em Casos de Violência Psicológica?
Se você está sofrendo violência psicológica, siga os passos:
- Registre um Boletim de Ocorrência (B.O.) em uma delegacia.
- Solicite medidas protetivas ao juiz.
- Procure apoio em serviços especializados, como o Disque 180 ou CRAMs.
- Consulte um advogado para entender todos os seus direitos.
Gatilho Mental
A violência psicológica pode ser tão devastadora quanto a física. Não subestime os sinais e busque ajuda. Você sabia que tem direito a medidas protetivas e apoio psicológico gratuito?
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. Como provar a violência psicológica?
Provas podem incluir mensagens, testemunhas, gravações e relatórios psicológicos que confirmem o dano emocional.
2. A violência psicológica é crime no Brasil?
Sim, a violência psicológica é crime, com pena de 6 meses a 2 anos de detenção, conforme o artigo 147-B do Código Penal.
3. Posso solicitar medidas protetivas em casos de violência psicológica?
Sim. As medidas protetivas podem ser aplicadas mesmo sem violência física.
Conclusão
A violência psicológica, apesar de silenciosa, é um ato grave e punível pela legislação brasileira. A Lei Maria da Penha oferece mecanismos eficazes para proteger as vítimas e punir os agressores.
Se você ou alguém próximo enfrenta essa situação, procure ajuda. Conhecer seus direitos é o primeiro passo para romper o ciclo de violência.