Jurimetria e Análise Preditiva de Sentenças: Riscos à Imparcialidade no Judiciário?

Previsão de decisões judiciais: avanço ou armadilha?

Jurimetria é o uso de estatísticas para prever comportamentos judiciais. Com IA, isso se torna ainda mais poderoso. Mas será que transformar juízes em dados não coloca em risco a imparcialidade?

Como funciona?

Sistemas de jurimetria analisam:

  • Jurisprudência;

  • Estilo de julgadores;

  • Probabilidade de êxito de teses.

Eles são usados por escritórios para montar estratégias — e por empresas para calcular riscos. Mas quando chegam ao Judiciário, podem comprometer a autonomia da decisão.

Os riscos reais

  • Juízes pressionados por índices estatísticos;

  • Desestímulo à inovação jurisprudencial;

  • Uso de dados que reforçam injustiças históricas.

Além disso, o CNJ já alertou sobre o risco de “automatização da jurisdição”, o que fere o art. 93 da Constituição (decisões motivadas com base nos autos).

Uso com responsabilidade

  • A jurimetria deve auxiliar — não determinar;

  • Ferramentas precisam ser auditáveis e transparentes;

  • A decisão final deve ser pessoal, fundamentada e humana.


Justiça não é previsão. É ponderação, sensibilidade e direito. E nenhum algoritmo pode substituir isso.

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