Entenda a diferença entre porte e posse de arma segundo o novo entendimento do STJ

As nuances legais que definem o acesso a armas de fogo no Brasil

Muitos brasileiros confundem os conceitos de porte e posse de arma de fogo, o que pode levar a interpretações errôneas e até mesmo a situações de risco jurídico.

Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reforçou a distinção entre os dois institutos , esclarecendo que a posse permite manter a arma dentro da residência ou propriedade rural, enquanto o porte autoriza o transporte fora desses locais .

Essa nova orientação jurisprudencial tem impactado diretamente os processos administrativos e decisões judiciais relacionadas ao acesso a armas de fogo .

Posse de arma: o que é e quando é permitido?

A posse de arma é o direito de manter o armamento dentro do domicílio ou propriedade rural, destinado principalmente à defesa do patrimônio e da família .

De acordo com o Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), qualquer cidadão maior de 25 anos, com bons antecedentes criminais e aptidão técnica e psicológica, pode solicitar a posse de arma , desde que comprove necessidade real.

Esse tipo de acesso é mais fácil de obter do que o porte, embora exija cumprimento rigoroso das normas de armazenamento seguro.

Porte de arma: requisitos mais rígidos e restrições específicas

O porte de arma , por sua vez, permite o transporte da arma fora do domicílio ou propriedade rural , o que exige maior justificativa legal.

Segundo o STJ, o porte só deve ser concedido a indivíduos que comprovem efetivamente risco real e iminente à sua segurança pessoal , seja por profissão, atividade ou histórico específico.

Profissionais como seguranças privados, agentes penitenciários e caminhoneiros têm maior facilidade para obter o porte, mas mesmo assim precisam comprovar risco constante .

Julgados recentes do STJ que influenciam a interpretação

Em 2024, o STJ julgou diversos recursos que reafirmaram a diferença entre posse e porte , destacando que o simples desejo de andar armado não é suficiente para obter o porte de arma .

Um dos casos mais relevantes foi o REsp 1.992.244/SP , em que a Corte entendeu que o porte só deve ser concedido quando há risco objetivo e documentado , e não apenas subjetivo.

Esses julgados estão moldando o entendimento das instâncias inferiores e influenciando a análise de novos pedidos na Polícia Federal.

Consequências práticas para quem quer ter uma arma legalizada

Se você deseja ter uma arma legalizada:

-Comece pela posse, que é mais acessível e oferece proteção dentro de casa;
-Se precisar do porte, reúna documentos que comprovem risco real, como histórico de ameaças ou trabalho em áreas de risco;
-Considere contratar assistência jurídica especializada para aumentar suas chances de aprovação;
-Mantenha sempre a arma em local seguro e siga as normas legais de armazenamento.
-Entender a diferença entre porte e posse é o primeiro passo para exercer seu direito à autodefesa de forma segura e dentro da lei .

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