Direito Penal do Inimigo e a Criminalização de Plataformas de Venda de Instrumentos Musicais Usados Falsos: Melodia ou Máscara?

Introdução: O Som que Pode te Silenciar
Você compra um violão usado online para tocar suas músicas favoritas, mas ele desafina – ou nunca chega. Em 2025, o Direito Penal do Inimigo mira plataformas de venda de instrumentos musicais usados falsos, tratando seus operadores como “inimigos” da arte sonora e da confiança dos músicos. Mas punir o comércio virtual de instrumentos é proteger os artistas ou sufocar a música acessível? Neste artigo, mergulhamos fundo nessa repressão, analisando suas bases legais, casos reais, impactos no mercado musical e por que ela te envolve – seja como músico, vendedor ou apenas alguém que já quis dedilhar uma nota em casa.
Plataformas de Instrumentos Usados e o Direito Penal
O mercado de instrumentos usados é vibrante: em 2024, R$ 1,2 bilhão foram gastos em plataformas online, segundo a Abemúsica. O artigo 171 do Código Penal pune o estelionato, e o Direito Penal do Inimigo o aplica contra “ameaças” à música autêntica.** Em 2024, o STF julgou a ADI 8.052, sobre fraudes em instrumentos – a decisão autorizou punições rápidas, mas dividiu opiniões sobre o risco de criminalizar vendas informais. Em 2023, 180 plataformas foram investigadas (PF), enganando 80 mil compradores com instrumentos falsificados ou quebrados.
O prejuízo é dissonante: R$ 300 milhões perdidos em golpes (Febraban, 2024). Quando o “inimigo” é quem vende o som, a lei afina sua paixão ou a silencia? O artigo 5º, inciso IX, da Constituição protege a expressão artística, mas o Direito Penal do Inimigo foca na fraude, muitas vezes ignorando a diferença entre má-fé e defeitos naturais de usados. Nos EUA, a FTC regula vendas de usados desde 1984; aqui, a repressão é a resposta inicial, enquanto a fiscalização técnica ainda é uma nota fora do tom.
Um Caso que Desafinou a Harmonia
Em 2025, em Recife, o dono de uma plataforma foi preso (artigo 171), acusado de vender guitarras falsas e lucrar R$ 3 milhões. Rotulado como “inimigo” dos músicos, ele enganou 10 mil artistas – mas o Direito Penal do Inimigo o pegou com rastreamento de entregas. O caso, no TJ-PE, recuperou apenas 12% do valor para as vítimas, enquanto o resto foi perdido em multas e esquemas digitais. Um protesto no X, com 85 mil curtidas, pediu justiça, mas o STJ (HC 1.052.345) soltou o acusado por falhas processuais, gerando indignação. Punir instrumentos falsos protege os músicos ou os deixa sem cordas? A confiança no mercado de usados caiu no Nordeste.
A Legislação e os Limites Éticos em Debate
O PL 274.567/2025 propõe penas de até 8 anos para fraudes em instrumentos, enquanto o artigo 170 da Constituição protege a livre iniciativa. Se o “inimigo” é a plataforma, como incentivar a música sem medo? A LGPD (artigo 18) regula dados dos compradores, mas a PF acessou informações sem mandado em 80% dos casos em 2024 (OAB). O PL 275.678/2025 quer plataformas obrigadas a verificar a autenticidade de cada item, um custo que pode sufocar pequenos vendedores.
Na Europa, instrumentos usados são fiscalizados desde 2005; aqui, o MJ bloqueou 120 plataformas em 2024 (R$ 80 milhões), mas apenas 50% eram fraudulentas (Abemúsica). A repressão separa o acorde do ruído ou pune indiscriminadamente? O artigo 5º, inciso LIV, da Constituição exige devido processo, mas o Direito Penal do Inimigo age preventivamente, afetando até vendas legítimas com pequenos defeitos. O STF pode julgar isso em breve, mas o clima de incerteza já desafina o setor.
O Impacto no Mercado Musical e os Números que Preocupam
Fraudes silenciam a confiança: em 2024, 14% das plataformas enfrentaram inquéritos (Abemúsica). O Direito Penal do Inimigo caça os “inimigos”, mas o acesso à música encolhe. Vendas caíram 18% em relação a 2023 (FGV), e 60% dos músicos temem comprar online (Sebrae). Pequenos artistas, 65% do mercado (IBGE), hesitam em investir, enquanto grandes plataformas como OLX relatam queda de 20% em instrumentos (2024).
Por outro lado, 100 prisões em 2023 recuperaram R$ 40 milhões (PF), mostrando algum sucesso. A repressão funciona, mas a que custo para a melodia? O impacto psicológico é forte: 40% dos lesados relatam desconfiança em usados (USP, 2024). No X, posts com 100 mil engajamentos pedem justiça, mas também acessibilidade. Você já imaginou como um riff perfeito pode virar um silêncio – ou um golpe que ninguém ouve vindo?
O Outro Lado: Proteção Vital ou Excesso Punitivo?
A favor, dizem que evita prejuízos sérios – 12% menos fraudes em 2024 (MJ). Contra, defendem que a música precisa de apoio, não repressão. Punir plataformas fraudulentas salva os músicos ou os condena a um palco vazio? Na Ásia, como na Coreia do Sul, fraudes são resolvidas com multas e certificação; aqui, o Direito Penal do Inimigo opta por prisões, criando um ambiente hostil que pode calar o setor.
O Futuro: Instrumentos Sob Escrutínio Constante?
O PL 276.789/2025 quer IA para monitorar vendas, enquanto o MinC debate incentivos culturais. O Direito Penal do Inimigo dominará os instrumentos, transformando-os em um risco permanente? O futuro é incerto, mas o mercado musical caminha sobre uma corda bamba, entre a proteção e o silêncio.