
O avanço da tecnologia pode gerar retrocesso social?
Com a automação de funções repetitivas por inteligência artificial, empresas têm reduzido seus quadros de funcionários de forma silenciosa — e preocupante. O que parece modernização pode, na prática, representar demissões em massa com forte impacto social.
A legislação protege o trabalhador?
A CLT não proíbe demissões coletivas, mas a jurisprudência atual exige:
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Negociação prévia com o sindicato;
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Justificativa socioeconômica documentada;
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Respeito à função social da empresa, prevista no art. 170 da Constituição.
Quando a motivação é puramente tecnológica, os tribunais já começam a discutir a necessidade de medidas compensatórias.
Onde mora o problema?
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Falta de diálogo prévio;
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Cortes motivados por IA sem qualquer política de requalificação;
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Substituição de mão de obra sem planejamento coletivo.
Tudo isso pode configurar abuso de poder diretivo e violação de direitos sociais.
Qual o caminho mais ético e seguro?
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Programas de requalificação e transição de carreira;
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Acordos coletivos com cláusulas de reconversão tecnológica;
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Responsabilidade social no uso de IA.
O progresso só é verdadeiro quando é justo. E a inteligência artificial, se usada com sensibilidade, pode transformar — não descartar — pessoas.