Quando o que você vê não é o que aconteceu
Deepfakes são vídeos ou áudios manipulados com inteligência artificial para simular a fala ou a aparência de alguém. Eles podem parecer reais — mas são completamente falsos. E isso ameaça não só a reputação de pessoas, mas a própria democracia.
O Brasil já tem lei para isso?
Ainda não há legislação específica. No entanto, o ordenamento oferece caminhos:
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Código Penal (arts. 138 a 140): calúnia, difamação e injúria;
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Código Civil (art. 20): proteção à imagem;
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LGPD: uso indevido de dados biométricos e sensíveis.
Além disso, o TSE já proibiu deepfakes em campanhas eleitorais.
Por que o risco é real?
Deepfakes já foram usados para:
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Atacar candidatos políticos com discursos falsos;
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Extorquir pessoas com vídeos manipulados de conteúdo íntimo;
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Criar falsas provas judiciais.
Tudo isso sem que o cidadão comum perceba que está sendo enganado.
O que precisa mudar?
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Criação de tipo penal específico para manipulação digital dolosa;
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Regras para plataformas identificarem e marcarem deepfakes;
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Campanhas públicas de alfabetização midiática.
Na era da IA, proteger a verdade é proteger a liberdade. E o Direito precisa agir antes que a mentira vire norma.