
As redes sociais transformaram-se em palcos digitais incontornáveis para a comunicação e o marketing no século XXI, e o setor jurídico não é exceção. Para advogados que procuram expandir a sua visibilidade, interagir com potenciais clientes, partilhar conhecimento jurídico, e consolidar a sua marca profissional no ambiente online, as redes sociais oferecem um leque de oportunidades. Através de uma estratégia de redes sociais jurídicas éticas, o advogado pode construir uma comunidade online engajada, atrair tráfego qualificado para o seu website ou blog jurídico, gerar leads de potenciais clientes, e fortalecer a sua reputação como especialista na sua área de atuação. Contudo, a utilização das redes sociais no âmbito jurídico exige uma abordagem ética e criteriosa, respeitando os princípios da profissão, as normas da OAB e as expectativas da audiência jurídica.
Assim sendo, qual a estratégia para usar as redes sociais de forma ética e eficaz na promoção da advocacia, de modo a construir uma presença online relevante e engajadora sem desrespeitar as normas da Ordem e sem prejudicar a imagem da advocacia? O êxito no marketing jurídico nas redes sociais assenta na capacidade de planear e executar as estratégias com responsabilidade, transparência, ética e um profundo respeito pelos princípios deontológicos e legais.
Redes Sociais Jurídicas Éticas: Promoção da Advocacia com Ética e Engajamento
A utilização ética das redes sociais no contexto jurídico deve ser orientada por princípios de profissionalismo, informação relevante, sobriedade, respeito, interação genuína, transparência e ética profissional. O objetivo primordial é construir uma presença nas redes sociais que seja valiosa e ética para a audiência jurídica, estabelecendo relacionamentos de confiança, promovendo o engajamento, gerando leads qualificados e fortalecendo a reputação do advogado como uma referência ética e confiável na sua área de especialização.
Guia Ético para Redes Sociais Jurídicas:
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Utilize as Redes Sociais Jurídicas para Partilhar Conteúdo Informativo e Educacional (Não Auto-Promoção Excessiva):
- Foque em Conteúdo de Valor para a Audiência Jurídica (Artigos de Blog, Vídeos, Infográficos, Lives): Priorize a partilha de conteúdo de valor e interesse para a audiência jurídica nas redes sociais, como artigos de blog jurídico, vídeos informativos sobre temas jurídicos relevantes, infográficos explicativos sobre processos legais, lives com debates e entrevistas sobre direito, e outros formatos de conteúdo que agreguem valor para o público. Conteúdo de valor atrai e engaja a audiência, posicionando o advogado como fonte de informação confiável.
- Partilhe Notícias Jurídicas Relevantes e Comentários Jurídicos Sóbrios (Atualidade e Análise Ética): Partilhe notícias jurídicas relevantes e atualizadas nas redes sociais, acrescentando comentários e análises jurídicas sóbrias e profissionais, contextualizando a informação e oferecendo insights valiosos para a audiência. Comentários jurídicos sóbrios demonstram conhecimento e ética profissional.
- Responda a Dúvidas Jurídicas Genéricas da Audiência de Forma Ética e Informativa (Sem Consulta Jurídica Online Gratuita): Responda a dúvidas jurídicas genéricas da audiência nas redes sociais de forma ética e informativa, oferecendo esclarecimentos sobre temas gerais do direito, mas sem prestar consulta jurídica online gratuita ou emitir pareceres sobre casos específicos. Respostas a dúvidas demonstram acessibilidade e disponibilidade para ajudar, sem ferir a ética profissional.
- Exemplo de Conteúdo Informativo e Educacional Ético: Partilhar link para artigo de blog jurídico no LinkedIn com resumo e hashtags relevantes sobre “Direitos do Consumidor” e “Compras Online“. Criar vídeo curto para o Instagram com dicas rápidas sobre “Como se proteger de golpes virtuais” e partilhar no feed e stories. Responder a comentário genérico no Facebook sobre “Qual o prazo para recorrer de uma decisão judicial?” com informação sobre prazos processuais em geral e convite para agendar consultoria para análise de caso específico. Evite auto-promoção excessiva e conteúdo de baixo valor: Partilhar apenas links para página de serviços do escritório sem conteúdo de valor informativo nas redes sociais, publicar anúncios excessivos e invasivos de serviços jurídicos nas redes sociais sem conteúdo relevante, usar as redes sociais apenas para responder “me chame no privado para consulta” sem oferecer informação pública e relevante.
Fundamentação Ética:
Utilizar as redes sociais jurídicas para partilhar conteúdo informativo e educacional de valor para a audiência, focando em artigos de blog, vídeos, infográficos e lives, cumpre o princípio da informação e da sobriedade na publicidade jurídica em redes sociais, evitando a auto-promoção excessiva e a mercantilização da profissão.
“Art. 2º A publicidade profissional do advogado deve ter caráter meramente informativo, primando pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão.” (A partilha de conteúdo informativo e educacional nas redes sociais, com foco na geração de valor para a audiência, cumpre o caráter informativo e a sobriedade da publicidade jurídica e evita a captação de clientela e mercantilização da profissão).
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Interaja com a Audiência Jurídica nas Redes Sociais de Forma Ética e Profissional (Networking Ético):
- Responda a Comentários e Mensagens da Audiência de Forma Gentil, Respeitosa e Profissional (Atendimento Ético ao Cliente): Responda a comentários e mensagens da audiência nas redes sociais de forma gentil, respeitosa e profissional, demonstrando atenção e disponibilidade para interagir com o público, mas mantendo sempre a postura ética e a sobriedade da advocacia. Atendimento ético online fortalece o relacionamento com a audiência e a reputação do advogado.
- Participe de Grupos e Comunidades Jurídicas Online de Forma Ética e Colaborativa (Networking Profissional Ético): Participe de grupos e comunidades jurídicas online de forma ética e colaborativa, contribuindo com insights jurídicos relevantes, partilhando conhecimento, respondendo a dúvidas de outros membros, e interagindo de forma construtiva e profissional. Networking profissional ético expande a rede de contactos e fortalece a imagem do advogado na comunidade jurídica.
- Evite Discussões Polémicas e Manifestações Partidárias nas Redes Sociais Jurídicas (Postura Neutra e Profissional): Evite discussões polémicas e manifestações partidárias nas redes sociais jurídicas, mantendo uma postura neutra e profissional, focada em temas jurídicos relevantes para a sua área de atuação e para a audiência. Postura neutra e profissional preserva a imagem da advocacia e evita conflitos desnecessários.
- Exemplo de Interação Ética nas Redes Sociais: Responder a comentário no LinkedIn de um seguidor elogiando artigo partilhado com agradecimento e convite para continuar acompanhando o perfil para mais conteúdo jurídico. Participar de grupo de discussão jurídica no Facebook sobre “Novas tendências do direito digital” com comentários pertinentes e partilha de artigos de blog relevantes. Evitar comentários com posicionamentos políticos em posts de outros usuários ou do próprio perfil jurídico. Evite interação antiética nas redes sociais: Ignorar comentários e mensagens da audiência ou responder de forma rude e desrespeitosa, participar de grupos e comunidades online apenas para autopromoção e spam, iniciar discussões polémicas e manifestações partidárias no perfil jurídico.
Fundamentação Ética:
Interagir com a audiência jurídica nas redes sociais de forma ética e profissional, respondendo a comentários e mensagens, participando de grupos e comunidades online e evitando discussões polémicas, fortalece o relacionamento com a audiência, promove o networking ético e preserva a imagem da advocacia nas redes sociais.
“Art. 44 do Código de Ética e Disciplina da OAB. O advogado deve tratar com urbanidade os colegas, as partes, as autoridades e os funcionários do foro, dispensando-lhes consideração e respeito.” (A interação ética e profissional nas redes sociais, com urbanidade, respeito e consideração pela audiência e pelos colegas de profissão, cumpre o princípio da urbanidade e do respeito nas relações profissionais, conforme o Art. 44 do Código de Ética).
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Utilize Linguagem Jurídica Clara, Objetiva e Acessível nas Redes Sociais (Comunicação Ética e Inclusiva):
- Evite Juridiquês e Linguagem Excessivamente Técnica nas Redes Sociais (Comunicação Clara para o Público Leigo): Evite o uso de juridiquês e linguagem excessivamente técnica nas redes sociais, utilizando uma linguagem clara, objetiva e acessível para o público leigo, adaptando a comunicação ao nível de compreensão da audiência geral. Comunicação clara e acessível facilita a compreensão do conteúdo jurídico e engaja mais a audiência.
- Utilize Formatos Visuais e Elementos Gráficos para Simplificar Informação Jurídica Complexa (Infográficos, Vídeos Explicativos): Utilize formatos visuais e elementos gráficos para simplificar informação jurídica complexa nas redes sociais, como infográficos explicativos, vídeos curtos com animações, carrosséis com cards informativos, e outros recursos visuais que tornem o conteúdo jurídico mais didático e atrativo. Formatos visuais facilitam a compreensão e o compartilhamento do conteúdo.
- Seja Preciso e Rigoroso na Informação Jurídica Partilhada nas Redes Sociais (Veracidade e Responsabilidade): Seja preciso e rigoroso na informação jurídica partilhada nas redes sociais, verificando as fontes, citando a legislação relevante, e garantindo a veracidade e a atualidade do conteúdo. Responsabilidade e veracidade na informação jurídica geram confiança e credibilidade.
- Exemplo de Linguagem Jurídica Ética e Acessível: Utilizar frases curtas e parágrafos concisos em posts do Facebook sobre temas jurídicos, evitar citações longas de leis e termos técnicos complexos, utilizar analogias e exemplos práticos para explicar conceitos jurídicos, criar infográfico explicativo sobre “Passo a passo para pedir divórcio” com linguagem simples e visualmente atraente. Evite linguagem jurídica antiética e inacessível: Utilizar juridiquês excessivo e linguagem rebuscada em posts de redes sociais, usar termos técnicos sem explicação e citações longas de leis sem contextualização, não adaptar a linguagem ao público leigo e pressupor conhecimento jurídico prévio da audiência.
Fundamentação Ética:
Utilizar linguagem jurídica clara, objetiva e acessível nas redes sociais, evitando juridiquês e termos técnicos complexos, e utilizando formatos visuais para simplificar a informação, facilita a comunicação ética e inclusiva do direito para o público leigo e promove a compreensão do conteúdo jurídico.
“Art. 42, § 2º do Provimento nº 205/2021 do Conselho Federal da OAB. A publicidade profissional do advogado poderá utilizar (…) linguagem didática, evitando o emprego de expressões ou termos técnicos complexos, (…).” (A utilização de linguagem jurídica clara e acessível nas redes sociais, evitando juridiquês e simplificando a informação, cumpre a recomendação do Provimento nº 205/2021 da OAB de utilizar linguagem didática na publicidade jurídica).
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Respeite a Privacidade e o Sigilo Profissional nas Redes Sociais Jurídicas (Confidencialidade e Ética):
- Não Divulgue Informações Confidenciais de Clientes nas Redes Sociais (Sigilo Advocatício): Jamais divulgue informações confidenciais de clientes nas redes sociais, respeitando o sigilo profissional e a privacidade dos seus constituintes. Sigilo profissional é um pilar fundamental da ética advocatícia e deve ser preservado integralmente online e offline.
- Obtenha Consentimento Expresso dos Clientes Antes de Partilhar Cases de Sucesso (Transparência e Permissão): Obtenha o consentimento expresso e informado dos clientes antes de partilhar cases de sucesso nas redes sociais, garantindo a transparência e o respeito pela vontade dos seus constituintes. Consentimento prévio é essencial para a partilha ética de cases.
- Não Solicite Informações Pessoais Sensíveis de Potenciais Clientes em Mensagens Diretas (Proteção de Dados Pessoais): Evite solicitar informações pessoais sensíveis de potenciais clientes em mensagens diretas nas redes sociais, direcionando o contacto para canais de comunicação mais seguros e privados, como email ou telefone, para a recolha de dados pessoais.** Proteção de dados pessoais é um imperativo ético e legal na era digital.
- Exemplo de Respeito à Privacidade e Sigilo Profissional: Partilhar case de sucesso genérico sobre “Vitória em processo de direito do consumidor” sem mencionar nomes de clientes ou detalhes confidenciais, obter autorização expressa e por escrito de cliente antes de partilhar case de sucesso com detalhes do caso e nome do cliente, direcionar potenciais clientes que entram em contato por mensagem direta no Instagram para agendar consulta por telefone ou email para tratar de detalhes do caso. Evite violação de privacidade e sigilo profissional: Divulgar informações confidenciais de clientes em posts de redes sociais sem autorização, partilhar cases de sucesso com detalhes identificáveis de clientes sem consentimento prévio, solicitar informações pessoais sensíveis de potenciais clientes por mensagem direta no Facebook ou Instagram.
Fundamentação Ética:
Respeitar a privacidade e o sigilo profissional nas redes sociais jurídicas, não divulgando informações confidenciais de clientes, obtendo consentimento para partilhar cases de sucesso e evitando solicitar dados pessoais sensíveis por mensagens diretas, preserva a confidencialidade e a ética profissional no ambiente online.
“Art. 25 do Código de Ética e Disciplina da OAB. O advogado deve guardar sigilo sobre os fatos de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional.” (O respeito ao sigilo profissional nas redes sociais, não divulgando informações confidenciais de clientes, cumpre o Art. 25 do Código de Ética da OAB, que impõe o dever de sigilo sobre os fatos de que o advogado tenha conhecimento em razão da sua profissão).
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Monitore e Avalie a Reputação Online Jurídica nas Redes Sociais e Ajuste Estratégias Continuamente (Gestão Ética da Marca Online):
- Monitore Menções à Sua Marca Jurídica e à Sua Pessoa nas Redes Sociais (Reputação Online): (Já detalhado no artigo 34 sobre Gestão de Reputação Online Ética).
- Analise Métricas de Engajamento e Alcance nas Redes Sociais Jurídicas (Desempenho nas Redes Sociais): Analise as métricas de engajamento e alcance das suas publicações e perfis nas redes sociais jurídicas (número de seguidores, curtidas, comentários, compartilhamentos, alcance das publicações, tráfego gerado para o website, etc.) para avaliar o desempenho das suas estratégias e identificar o que funciona melhor para a sua audiência. Análise de métricas fornece insights valiosos para otimização.
- Solicite Feedback Ético da Audiência sobre a Sua Presença nas Redes Sociais Jurídicas (Pesquisas de Satisfação, Feedback Informal): Solicite feedback ético da audiência sobre a sua presença nas redes sociais jurídicas, através de pesquisas de satisfação online, questionários, formulários de feedback, e feedback informal (conversas, mensagens, comentários). Feedback da audiência ajuda a compreender a perceção da marca e identificar pontos de melhoria.
- Ajuste Estratégias de Redes Sociais com Base em Dados, Feedback e Normas Éticas da OAB (Otimização Contínua e Ética): Ajuste continuamente as suas estratégias de redes sociais jurídicas com base nos dados, no feedback da audiência e nas normas éticas da OAB, otimizando o conteúdo, a linguagem, a frequência de publicação, os canais de comunicação, e outras áreas relevantes. Otimização contínua garante que a sua presença nas redes sociais se mantenha ética, relevante e eficaz ao longo do tempo.
- Exemplo de Monitorização e Avaliação Ética: Monitorar menções à marca do advogado no Twitter e Instagram para acompanhar reputação online. Analisar métricas do Facebook Insights e LinkedIn Analytics para avaliar engajamento e alcance das publicações jurídicas. Realizar enquetes no Instagram Stories para coletar feedback da audiência sobre temas de interesse para conteúdo jurídico. Ajustar calendário editorial de redes sociais, linguagem e formatos de conteúdo com base em dados, feedback e normas éticas da OAB. Evite negligência na monitorização e avaliação: Não monitorar reputação online nas redes sociais, ignorar métricas de engajamento e alcance, não coletar feedback da audiência ou ignorar feedback negativo, não ajustar estratégias de redes sociais com base em dados, feedback e normas éticas da OAB.
Fundamentação Ética:
Monitorar e avaliar a reputação online jurídica nas redes sociais e ajustar estratégias continuamente demonstra o compromisso do advogado com a gestão ética da sua marca online, a melhoria contínua da sua presença digital e a busca pela excelência na comunicação jurídica nas redes sociais.
“Art. 44 do Código de Ética e Disciplina da OAB. O advogado deve manter-se constantemente atualizado e aperfeiçoado para melhor servir aos seus clientes.” (A monitorização e avaliação da presença nas redes sociais e o ajuste contínuo de estratégias demonstram o compromisso do advogado em manter-se atualizado e aperfeiçoado, buscando a excelência no marketing jurídico digital e na comunicação com a audiência nas redes sociais).
Redes Sociais Jurídicas Éticas: Uma Plataforma Essencial para o Marketing Jurídico Digital Ético e Engajador
As redes sociais jurídicas éticas representam uma plataforma essencial e poderosa para o marketing jurídico digital, permitindo aos advogados promover a sua advocacia de forma ética e eficaz, construir relacionamentos com a audiência, partilhar conhecimento jurídico, e consolidar a sua marca profissional no ambiente online, sempre em estrita conformidade com as normas éticas da OAB. Ao utilizar as redes sociais para partilhar conteúdo informativo e educacional, interagir com a audiência de forma ética e profissional, utilizar linguagem jurídica clara, objetiva e acessível, respeitar a privacidade e o sigilo profissional e monitorar e avaliar a reputação online e ajustar estratégias continuamente, você poderá aproveitar ao máximo o potencial das redes sociais jurídicas éticas para impulsionar a sua carreira na advocacia digital com ética, responsabilidade, engajamento e sucesso sustentável.
Quer aprender a implementar uma estratégia de redes sociais jurídicas éticas e eficaz para a sua advocacia? Agende uma consultoria conosco e descubra como podemos te ajudar a dominar as redes sociais para promover a sua advocacia de forma ética e estratégica, sempre em conformidade com as regras da OAB e com foco no seu sucesso ético e duradouro.