Quadro de Pessoal do Poder Judiciário Brasileiro: Estrutura, Diversidade e Distribuição

O quadro de pessoal do Poder Judiciário brasileiro é um reflexo da diversidade e complexidade do sistema judicial do país. Utilizando o MPM (Sistema de Monitoramento de Políticas do CNJ), é possível verificar o cumprimento de diversas resoluções que buscam garantir a equidade de gênero, racial e a inclusão de indígenas nos quadros de pessoal e magistratura. Neste artigo, vamos detalhar a estrutura e composição do quadro de pessoal, além de explorar os dados e as políticas de inclusão no Judiciário.

Ferramentas de Monitoramento e Políticas de Inclusão

Para assegurar a diversidade e a inclusão, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) utiliza o MPM, que permite monitorar o cumprimento das seguintes resoluções:

  • Resolução CNJ n. 400/2021: Composição de gênero e racial nos quadros de pessoal.
  • Resolução CNJ n. 512/2023: Reserva de vagas para indígenas em concursos de cargos efetivos e magistratura.
  • Resolução CNJ n. 106/2010: Ação afirmativa de gênero no acesso das magistradas ao segundo grau de jurisdição.
  • Resolução CNJ n. 203/2015: Reserva de vagas para negros(as).

Além disso, foi desenvolvido um painel de BI, denominado Painel de Dados de Pessoal do Poder Judiciário, disponível em https://justica-em-numeros.cnj.jus.br/painel-mpm-pessoal/, que é atualizado mensalmente e permite acompanhar os resultados dessas políticas nos tribunais.

Estrutura do Quadro de Pessoal

O quadro de pessoal do Poder Judiciário é categorizado em três grupos principais:

  1. Magistrados(as): Inclui juízes(as), desembargadores(as) e ministros(as).
  2. Servidores(as): Compreende o quadro efetivo, requisitados(as), cedidos(as) de outros órgãos, e comissionados sem vínculo efetivo.
  3. Trabalhadores(as) auxiliares: Inclui terceirizados(as), estagiários(as), juízes(as) leigos(as), conciliadores(as) e colaboradores(as) voluntários(as).

Dados de 2023

Em 2023, o Poder Judiciário contava com um total de 446.534 pessoas em sua força de trabalho:

  • Magistrados(as): 18.265 (4,1%)
  • Servidores(as): 275.581 (61,7%)
  • Terceirizados(as): 78.690 (17,6%)
  • Estagiários(as): 54.599 (12,2%)
  • Conciliadores(as), juízes(as) leigos(as) e voluntários(as): 19.399 (4,3%)

Entre os servidores, 78,5% estão lotados na área judiciária, enquanto 21,5% atuam na área administrativa.

Distribuição por Segmentos de Justiça

A Justiça Estadual é o maior segmento do Judiciário brasileiro:

  • Magistrados(as): 69,5%
  • Servidores(as): 64,8%
  • Processos em trâmite: 77,3%

Na Justiça Federal:

  • Magistrados(as): 10,6%
  • Servidores(as): 10,3%
  • Processos em trâmite: 15%

Na Justiça Trabalhista:

  • Magistrados(as): 19%
  • Servidores(as): 14,4%
  • Processos em trâmite: 6,5%

Comparação Internacional

A relação de magistrados(as) por habitantes é um indicador importante da capacidade de atendimento do Judiciário. No Brasil, há 9 magistrados(as) por cem mil habitantes, enquanto na Europa essa média é de 18 magistrados(as) por cem mil habitantes. Apenas sete países europeus possuem uma média igual ou inferior à brasileira: Malta, Suécia, República de Chipre, República Tcheca, Áustria, Espanha e Irlanda.

Conclusão

O quadro de pessoal do Poder Judiciário brasileiro é amplo e diversificado, refletindo a complexidade e a necessidade de um sistema eficiente e inclusivo. O monitoramento contínuo e as políticas de inclusão são essenciais para garantir que o Judiciário atenda a todos os cidadãos de forma justa e equitativa. Com ferramentas como o Painel de Dados de Pessoal do Poder Judiciário, é possível acompanhar o progresso dessas políticas e assegurar que o sistema continue evoluindo.

Com informações do Relatório Justiça em Números 2024 do CNJ

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