Proteção Veicular e Carro Financiado: Quais os Riscos Jurídicos?

É muito comum que pessoas com carros financiados busquem associações veiculares como alternativa mais barata ao seguro. Mas poucos sabem dos riscos jurídicos graves envolvidos nessa escolha, especialmente se o veículo sofrer sinistro antes da quitação.

O Problema da Falta de Cobertura Segura

Em contratos de financiamento, o veículo é alienado fiduciariamente ao banco até a quitação total. Isso significa que em caso de perda total, a indenização deve primeiro quitar a dívida com o credor.

Se a associação negar a indenização ou pagar valor inferior à dívida, o consumidor continuará devendo ao banco — mesmo sem carro.

O Que Diz a Lei

O Código Civil (arts. 1.361 a 1.368-A) e a Resolução nº 3.954/2011 do Banco Central estabelecem as regras sobre alienação fiduciária. Em caso de sinistro, o valor do bem deve ser repassado ao credor até a liquidação da dívida.

A proteção veicular, por não ser regulada, não está sujeita a tais obrigações. Isso deixa o consumidor vulnerável.

Exemplo Comum

Um motorista perde o carro em colisão total. A associação se recusa a pagar, alegando inadimplência coletiva. O banco exige quitação do saldo devedor. Resultado: consumidor sem carro e com dívida ativa.

Alternativas Mais Seguras

  • Exigir cláusula de cobertura explícita para carro financiado.

  • Verificar se há cláusula de repasse ao banco credor em caso de sinistro.

  • Preferir seguro tradicional, especialmente nos primeiros anos do financiamento.

Conclusão: O Barato Pode Custar o Dobro

Contratar proteção veicular em carro financiado sem checar as cláusulas é arriscado. Você pode perder o bem e continuar devendo. Avalie o custo-benefício com cautela e proteção jurídica.

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