A prescrição penal é um tema decisivo em pedidos de extradição. Se o crime estiver prescrito segundo a legislação brasileira ou do país requerente, a extradição pode ser negada de forma imediata.
🕰️ O Que é a Prescrição Penal?
Prescrição é a perda do direito de punir do Estado em razão do decurso do tempo, conforme o artigo 107, inciso IV, do Código Penal. Quando ela ocorre, o crime não pode mais ser julgado ou punido, ainda que o autor seja posteriormente identificado.
No contexto da extradição, o Brasil considera a prescrição tanto de acordo com a legislação brasileira quanto com a do Estado requerente, conforme entendimento consolidado do STF.
⚖️ Jurisprudência e Aplicações Práticas
O STF já negou diversos pedidos com base na prescrição. Um caso marcante foi o da Extradição 1.398, em que o pedido de um país europeu foi recusado por estar prescrito de acordo com o Código Penal Brasileiro, ainda que vigente no país de origem.
O entendimento da Corte é claro: se o crime não pode mais ser punido no Brasil, não há como justificar a entrega do indivíduo a outro país.
🧠 Ponto de Atenção: Interrupção e Suspensão da Prescrição
Na análise do STF, são observados elementos como:
-
A existência de mandado de prisão internacional;
-
A interrupção da prescrição por atos judiciais válidos;
-
O tempo de residência do réu no Brasil.
Esses fatores podem suspender ou interromper a contagem do prazo prescricional, exigindo análise minuciosa de cada caso.
💡O Tempo Pode Proteger ou Prejudicar
A prescrição pode ser vista como um escudo contra o arbítrio estatal, mas também um risco à justiça quando favorece criminosos foragidos. Por isso, o papel do STF é equilibrar esse princípio com responsabilidade e precisão técnica.
✅ Conclusão: Prescrição é Filtro Jurídico em Pedidos de Extradição
A análise da prescrição penal é obrigatória em todos os pedidos de extradição. Ela garante que o Brasil não seja instrumento de abusos e reafirma a importância do tempo como regulador do direito de punir.