O Papel do STF nos Processos de Extradição: Limites e Competências

No Brasil, todo pedido de extradição passa obrigatoriamente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O papel do STF é mais do que julgar: é garantir o respeito à Constituição, aos tratados internacionais e à dignidade da pessoa humana.

🏛️ Base Legal e Competência Constitucional

Segundo o artigo 102, inciso I, alínea “g”, da Constituição Federal, compete ao STF processar e julgar pedidos de extradição solicitados por Estado estrangeiro. Nenhum outro órgão pode concedê-los.

Isso significa que a decisão é técnica, jurídica e definitiva, mas a entrega do extraditado depende da decisão final do Presidente da República, conforme o princípio da separação dos Poderes.

⚖️ Etapas do Procedimento no STF

  1. Recebimento do pedido via Ministério da Justiça e Itamaraty;

  2. Análise formal da documentação e eventual decretação de prisão cautelar;

  3. Instrução do processo com defesa e manifestação do MPF;

  4. Julgamento pelo Plenário do STF;

  5. Decisão final do Presidente da República sobre a entrega.

🎯 Limites do STF na Análise

O STF não julga o mérito da acusação estrangeira. Avalia apenas:

  • Legalidade do pedido;

  • Respeito aos princípios constitucionais;

  • Validade do tratado ou reciprocidade;

  • Ausência de perseguição política ou religiosa.

O julgamento não é sobre a culpa, mas sobre a legalidade da extradição.

💭 Garantia de Imparcialidade e Técnica Jurídica

Saber que o pedido será analisado pelo STF dá segurança jurídica e reduz riscos de decisões passionais ou arbitrárias. O sistema jurídico brasileiro confia em sua Corte Constitucional para filtrar abusos.

Conclusão: O STF Como Guardião do Direito Internacional no Brasil

A atuação do STF nos pedidos de extradição garante imparcialidade, legalidade e proteção aos direitos humanos. Sua função é indispensável para preservar o equilíbrio entre a soberania nacional e os compromissos internacionais.

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