O impacto da pandemia na regulamentação de visitas: novas abordagens para a convivência à distância

A pandemia de COVID-19 foi um ponto de inflexão na vida de milhões de famílias ao redor do mundo. De repente, a distância social se tornou uma regra, e o que antes era um encontro agendado se transformou em um desafio logístico e, para muitos, em um motivo de angústia. O medo da contaminação forçou uma redefinição urgente da regulamentação de visitas, levantando a grande questão: como manter o vínculo parental quando o contato físico é perigoso ou proibido? A crise sanitária, paradoxalmente, catalisou uma revolução nas relações familiares, impulsionando a convivência à distância como uma solução eficaz e necessária.

As restrições de circulação e o isolamento social impactaram diretamente as rotinas de famílias com pais separados. O que era uma regulamentação de visitas baseada em dias da semana e finais de semana se tornou inviável. Nesse cenário de incertezas, o Poder Judiciário, advogados e mediadores precisaram se reinventar. A resposta foi a rápida adoção de novas abordagens que priorizavam a comunicação digital. O uso de videochamadas, mensagens e até mesmo jogos online se tornaram a nova norma, garantindo que o afeto não fosse colocado em quarentena. A tecnologia, já abordada em nosso artigo anterior, deixou de ser um acessório e se tornou a espinha dorsal da convivência.

Estudos realizados em universidades e institutos de pesquisa durante a pandemia demonstraram o papel fundamental das interações virtuais. O contato visual e auditivo por meio de videochamadas ajudou a mitigar a ansiedade da criança e do genitor não guardião, reduzindo o sentimento de abandono e a sensação de perda de vínculo. O Judiciário brasileiro, em sua maioria, interpretou as visitas virtuais não como um substituto, mas como um complemento ou uma alternativa temporária para as visitas presenciais, sempre pautando as decisões no melhor interesse da criança.

Além da tecnologia, a pandemia exigiu um nível de flexibilidade e cooperação sem precedentes entre os genitores. Em muitos casos, foi necessário adaptar os calendários de visitação, acordar novas formas de “visitas seguras” e, acima de tudo, priorizar a saúde e a segurança de todos. A crise evidenciou que a comunicação assertiva e a capacidade de negociar são as chaves para uma coexistência harmoniosa, mesmo em tempos de caos. A maturidade parental foi colocada à prova, e as famílias que conseguiram dialogar de forma pacífica se saíram muito melhor nesse período turbulento.

A experiência da pandemia, portanto, nos deixou uma lição valiosa. As novas abordagens de convivência à distância não são apenas uma medida de emergência, mas uma parte permanente da regulamentação de convivência na sociedade moderna. Elas nos ensinaram que o afeto não tem fronteiras e que o vínculo pode ser mantido e fortalecido de diversas maneiras. Se sua família ainda enfrenta os resquícios dessa crise, ou se simplesmente quer modernizar o plano de convivência, considere incluir a tecnologia como uma ferramenta regular de contato. É um passo crucial para construir um futuro onde a distância física não seja um obstáculo para o amor.

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