Algoritmos podem dizer se uma norma é constitucional?
Parece absurdo, mas há estudos que discutem o uso de IA para avaliar a validade de leis e atos normativos. A proposta é que algoritmos analisem jurisprudência e sugiram a (in)constitucionalidade de normas. Mas será que isso é juridicamente aceitável?
O controle de constitucionalidade exige interpretação
A decisão sobre a validade de uma lei envolve:
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Princípios constitucionais;
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Realidade social;
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Equilíbrio entre direitos fundamentais.
IA, por mais precisa que seja, não compreende o contexto, a ponderação ou a evolução jurisprudencial. Logo, não pode realizar esse tipo de controle.
O que diz a doutrina?
Doutrinadores são unânimes: o controle de constitucionalidade é uma atividade humana, interpretativa e fundamentada. Reduzi-la a estatística seria um retrocesso democrático.
IA pode ajudar?
Sim, mas apenas para:
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Levantar jurisprudência;
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Sugerir argumentos;
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Mapear riscos de judicialização.
Jamais para declarar inconstitucionalidades.
A Constituição é um pacto vivo — não um banco de dados. E julgá-la exige muito mais do que algoritmos conseguem entregar.