Impacto psicológico e emocional das visitas para a criança: como garantir um ambiente saudável

A regulamentação de visitas é uma necessidade jurídica, mas seu verdadeiro propósito é psicológico: garantir que a criança mantenha um vínculo saudável e seguro com ambos os pais. No entanto, o simples ato de “visitar” pode gerar uma montanha-russa de emoções na criança, indo da alegria do reencontro à ansiedade da separação. Ignorar o impacto psicológico e emocional das visitas é um erro grave que pode prejudicar o desenvolvimento do menor. O segredo para que a visitação seja uma experiência positiva está na criação de um ambiente emocionalmente seguro e previsível.

Para a criança, a visitação não é apenas um evento no calendário; é a vivência de duas realidades familiares distintas. O sucesso da transição entre uma casa e outra depende da comunicação e do respeito entre os pais. Quando a comunicação é tensa e as “trocas” da criança são marcadas por silêncio ou hostilidade, a criança sente a energia negativa e a assimila. Ela pode desenvolver ansiedade, insegurança e até mesmo a sensação de ser a causa do conflito. Pelo contrário, quando os pais cooperam, a criança se sente segura e amada em ambos os lares.

Uma das maiores dores emocionais é a sensação de ser “levada de um lado para o outro”. Para minimizar esse sentimento, os pais devem garantir que as rotinas e os horários sejam respeitados. A pontualidade e a previsibilidade da regulamentação de convivência são um alívio para a criança. Além disso, é crucial que o tempo com cada genitor seja de qualidade. Isso significa que a visita não deve ser uma simples passagem de tempo, mas uma oportunidade para criar memórias, participar da vida da criança e demonstrar afeto. O foco não deve ser em “divertir” a criança com atividades grandiosas, mas em estar presente de forma autêntica.

É vital que o genitor não guardião se esforce para criar um ambiente acolhedor. O lar do genitor que não tem a guarda principal deve ser um espaço onde a criança se sinta à vontade, com seus próprios pertences e rotinas. A comunicação positiva sobre o outro genitor também é fundamental. Falar bem ou, no mínimo, não falar mal, demonstra respeito e ensina à criança que, apesar das diferenças, os pais compartilham um amor incondicional por ela.

A visitação é um processo contínuo de adaptação. O acompanhamento psicológico pode ser necessário tanto para a criança quanto para os pais para lidar com os desafios emocionais. Lembre-se, o melhor interesse da criança é a bússola para todas as decisões. A regulamentação de convivência bem-sucedida é aquela que garante à criança não apenas o tempo com o genitor, mas também a paz de espírito para desfrutar desse tempo.

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