Até onde um robô pode “criar” no lugar do advogado?
A inteligência artificial generativa — aquela capaz de redigir textos, criar imagens e até simular pareceres — chegou com força aos escritórios jurídicos. Mas o que parece uma revolução na produtividade pode se tornar um problema ético e jurídico sério.
O dilema da autoria e da responsabilidade
Ferramentas como ChatGPT e Copilot podem gerar contratos, peças jurídicas e minutas em segundos. Mas quem é responsável se houver erro? E quem assina uma petição feita por um robô?
Segundo o Estatuto da OAB, o advogado é pessoalmente responsável por seus atos profissionais. Usar IA sem revisão pode comprometer a qualidade, violar o dever de diligência (art. 32) e até causar danos ao cliente.
Plágio, erro e falta de explicação
IA generativa:
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Pode reproduzir conteúdo protegido por direito autoral;
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Pode gerar informações imprecisas ou até falsas;
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Não consegue explicar o raciocínio jurídico que embasou seu texto.
Por isso, jamais deve ser usada como fonte final ou autônoma.
Como usar com segurança?
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Use a IA apenas para rascunhos e sugestões;
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Sempre revise juridicamente o conteúdo antes de assinar;
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Evite conteúdos sensíveis ou que exijam argumentação técnica refinada.
No Direito, não basta ser rápido — é preciso ser preciso. E nenhuma IA substitui o bom senso, a responsabilidade e a ética de um profissional.