A promessa de eficiência pode esconder riscos
A adoção de inteligência artificial em licitações públicas vem sendo tratada como um avanço. Afinal, algoritmos podem avaliar propostas, ranquear fornecedores e reduzir a burocracia. Mas, quando não há transparência, o que era para ser solução vira problema.
O que diz a Lei nº 14.133/2021?
A nova Lei de Licitações permite o uso de tecnologias digitais para análise e julgamento de propostas, desde que respeitados os princípios da isonomia, publicidade e legalidade. O problema surge quando algoritmos não explicam seus critérios, ou quando há manipulação dos parâmetros internos.
Fraudes silenciosas por IA
Casos já relatados envolvem:
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Algoritmos que favorecem determinadas empresas;
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Programações que eliminam concorrentes com base em critérios ocultos;
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Falta de registro de como os dados foram processados.
Tudo isso compromete a validade da licitação e pode gerar ações de improbidade administrativa.
Soluções práticas
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Garantir auditabilidade e registro de decisões automatizadas;
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Implementar critérios objetivos e supervisionados por humanos;
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Exigir licitação pública de softwares utilizados pelo governo.
A tecnologia só fortalece a administração pública quando usada com ética e controle. Do contrário, ela apenas sofisticará as velhas fraudes.