Quando a eficiência ameaça os direitos fundamentais
A inteligência artificial promete eficiência, agilidade e economia. Mas em sua aplicação sem filtros, pode violar princípios basilares da Constituição Federal, como a dignidade da pessoa humana, a igualdade e o acesso à justiça.
Como garantir que o algoritmo não destrua o que foi construído com tanto suor pela democracia?
O problema da “desumanização digital”
Um sistema de IA pode negar benefícios sociais, sugerir penas mais duras ou excluir candidatos a vagas de emprego com base em padrões matemáticos. Tudo isso sem considerar o contexto humano.
Essa automatização massiva ameaça o princípio da dignidade, ao tratar o indivíduo como uma linha de dados — e não como sujeito de direitos.
Onde a Constituição é afetada?
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Art. 1º, III: Dignidade da pessoa humana;
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Art. 5º, caput e incisos: Liberdade, igualdade, intimidade e devido processo legal;
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Art. 37: Princípios da Administração Pública.
Se a IA reforçar estereótipos ou agir com base em dados enviesados, ela compromete a igualdade material e sustenta a exclusão.
Caminhos para preservar os direitos
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Implementar supervisão humana obrigatória nos sistemas críticos;
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Garantir o direito à explicação (art. 20 da LGPD);
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Exigir transparência na atuação de algoritmos públicos e privados.
A Constituição não pode ser atropelada por linhas de código. Onde houver inteligência artificial, deve haver também responsabilidade constitucional.