Férias, feriados e datas comemorativas: como estabelecer um calendário de visitas justo e equilibrado

Férias de julho, o Natal, o Ano Novo, Páscoa, Dia das Mães… essas são datas mágicas para as crianças, mas para pais separados, podem se transformar em um campo minado de desentendimentos. A disputa por tempo e a tentativa de compensar a ausência em momentos de festividade geram um estresse que, muitas vezes, recai diretamente sobre a criança. O segredo para evitar essa dor de cabeça e garantir que as celebrações sejam momentos de alegria, e não de conflito, é uma boa dose de planejamento e um calendário de visitas justo e equilibrado. A boa notícia? Não é preciso reinventar a roda, mas sim seguir algumas estratégias testadas e aprovadas pelo Direito de Família e pela Psicologia.
A primeira regra de ouro é: antecipação e diálogo. Nunca deixe a definição do calendário de visitas para a última hora. O ideal é que as famílias estabeleçam um acordo anual, ou até mesmo um planejamento de longo prazo, que abranja todas as datas importantes. Esse plano pode ser incluído na regulamentação de convivência oficial ou ser um acordo extrajudicial. A conversa deve ser objetiva, focada no bem-estar da criança, e não em quem “ganha” a data. Lembre-se, o objetivo é compartilhar a alegria, não monopolizá-la.
Uma das abordagens mais comuns e equitativas é a alternância. Por exemplo, um ano a criança passa o Natal com o pai e o Ano Novo com a mãe, e no ano seguinte, a ordem é invertida. Essa mesma lógica pode ser aplicada a feriados prolongados, como a Páscoa ou o feriado de Corpus Christi. No caso das férias escolares, a divisão pode ser feita em blocos (quinzenas ou semanas) que se alternam a cada ano. Essa previsibilidade reduz a ansiedade de todos e mostra à criança que o amor dos pais é consistente e bem organizado, sem disputas por sua presença.
E as datas comemorativas? Dia das Mães, Dia dos Pais e aniversários são momentos particularmente sensíveis. A recomendação dos especialistas é clara: o aniversário do genitor é passado com ele, e o aniversário da criança pode ser dividido ou celebrado em festas separadas, dependendo do que for mais confortável para o menor. O mais importante é evitar a “competição de presentes” ou a “melhor festa”, pois isso sobrecarrega emocionalmente a criança. Em vez de disputar, celebre a oportunidade de estar presente, mesmo que em datas diferentes.
Um plano de convivência bem-sucedido para feriados e datas especiais vai além da mera divisão. Ele também prevê a flexibilidade, especialmente em casos de emergência. A chave é a cooperação mútua. Lembre-se que o tempo de qualidade é muito mais importante que a quantidade de dias. Se você está enfrentando dificuldades em estabelecer esse calendário, considere a mediação familiar como uma ferramenta poderosa para chegar a um acordo justo e pacífico. Afinal, a felicidade da criança deve ser o principal presente em todas as datas.