Estratégias jurídicas para litigância estratégica em defesa dos direitos de pessoas autistas

Introdução
A litigância estratégica em defesa dos direitos de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) visa não apenas resolver problemas individuais, mas também criar precedentes jurídicos e impulsionar mudanças estruturais. Seja por meio de ações civis públicas, mandados de segurança coletivos ou ações individuais com pedidos de tutela de urgência, há diversas ferramentas à disposição de advogados e defensores.
Fundamentos legais para a litigância
Leis como a Lei Berenice Piana (Lei n.º 12.764/2012), a Lei Brasileira de Inclusão (Lei n.º 13.146/2015) e o Código de Processo Civil (Lei n.º 13.105/2015) fornecem bases para postular a implementação de políticas públicas, responsabilizar o Estado por omissões e obrigar instituições privadas a cumprir a legislação sobre inclusão. A Constituição Federal, ao garantir direitos fundamentais, também reforça a possibilidade de ações que protejam pessoas com TEA.
Principais estratégias
- Ação civil pública: proposta pelo Ministério Público, Defensoria Pública ou associações civis legalmente constituídas, busca defender interesses coletivos de pessoas com autismo.
- Mandado de segurança coletivo: utilizado quando existe uma ameaça ou violação a direito líquido e certo, de forma geral, envolvendo um grupo.
- Ações individuais: podem pedir tutela de urgência para garantir tratamentos, adaptações escolares ou benefícios em caráter imediato, evitando danos irreversíveis ao requerente.
Exemplo prático
O Ministério Público em alguns estados ingressou com ações civis públicas cobrando a criação de clínicas-escola ou centros especializados para atender crianças e adolescentes com TEA. Esse tipo de medida, quando acolhida, obriga o poder público a providenciar recursos, gerar concursos ou contratar profissionais para suprir a demanda, causando impacto abrangente na comunidade.
Conclusão
A litigância estratégica torna-se um importante instrumento para promover os direitos dos autistas, criando precedentes e fortalecendo a rede de proteção legal. Com orientação jurídica adequada, é possível decidir a estratégia mais eficaz para cada caso, seja na esfera coletiva ou individual, assegurando que leis já existentes saiam do papel e alcancem seus objetivos de inclusão.