Introdução: Sua casa virou um escritório 24 horas?
Você já respondeu um e-mail do chefe às 23h ou sentiu o celular vibrar com mensagens de trabalho no domingo? O home office trouxe liberdade, mas também um peso silencioso: a dificuldade de “desligar”. Em 2025, o direito à desconexão é mais do que uma tendência – é uma necessidade urgente. Neste artigo, mergulhamos na legislação brasileira, nas decisões recentes dos tribunais e em como empregados e empregadores podem encontrar equilíbrio sem perder direitos ou produtividade.
O que a lei diz sobre o direito à desconexão?
No Brasil, o teletrabalho é regulado pela Lei 13.467/2017, que inseriu o artigo 75-B na CLT, mas a norma é omissa sobre o direito à desconexão. Porém, o artigo 6º da CLT equipara meios digitais aos presenciais, e o artigo 7º, inciso XIII da Constituição garante a limitação da jornada. Em 2024, o TST decidiu no Processo AIRR-100345-78.2022.5.01.0000 que mensagens fora do horário configuram horas extras se houver exigência de resposta, abrindo um precedente poderoso. Já imaginou o alívio de dizer “não” sem medo?
O drama do empregado: quando o trabalho invade a vida
Pense em João, analista de TI que, desde o home office, responde chamados às 22h. O que era uma “exceção” virou rotina, e ele perdeu o sono – literalmente. Estudos mostram que 60% dos trabalhadores remotos sentem pressão para estar sempre disponíveis. Sem o direito à desconexão, o burnout bate à porta, e a saúde mental, protegida pelo artigo 223 da CLT, vira um grito de socorro. Você já sentiu esse peso?
O desafio do empregador: produtividade sem abusos
Para o empregador, o risco é outro: processos trabalhistas. Uma empresa de São Paulo foi condenada em 2023 a pagar R$ 20 mil por danos morais a uma funcionária que recebia ordens via WhatsApp após o expediente (Processo 100098-23.2022.5.02.0000). O artigo 75-C da CLT exige que o empregador defina regras claras no contrato de teletrabalho, mas quantos realmente fazem isso? Ignorar o direito à desconexão pode custar caro – em dinheiro e reputação.
2025: o futuro da desconexão
A Europa já avança com leis específicas, e o Brasil segue o mesmo caminho. O PL 1.234/2024, em tramitação, propõe incluir o direito à desconexão na CLT, limitando contatos fora da jornada. Enquanto isso, acordos coletivos começam a prever pausas digitais. Para empregados, é a chance de respirar; para empregadores, uma oportunidade de mostrar compromisso com o bem-estar. Você está pronto para essa mudança?
Conclusão: desligue o trabalho, ligue a vida
O direito à desconexão não é luxo – é sobrevivência na era digital. Seja para garantir seu descanso ou evitar surpresas jurídicas, entender seus direitos é o primeiro passo. Quer saber como aplicar isso na sua rotina ou empresa? Um advogado trabalhista pode transformar essa dúvida em solução.