O uso crescente de ferramentas baseadas em Inteligência Artificial, como o ChatGPT, está provocando uma verdadeira revolução no universo jurídico. Advogados e escritórios já exploram as vantagens dessa tecnologia inovadora para aprimorar serviços e ampliar sua atuação. Porém, uma questão fundamental permanece: quais são os limites éticos e jurídicos para o uso dessas tecnologias?
Neste artigo, vamos explorar as implicações éticas e jurídicas do uso do ChatGPT e outras IA por advogados, oferecendo clareza e segurança para profissionais e clientes.
Como o ChatGPT Está Sendo Usado por Advogados?
O ChatGPT é um modelo de linguagem treinado para gerar textos coerentes e precisos, com aplicações diversas no direito, desde elaboração de petições e contratos até pesquisas rápidas sobre legislação e jurisprudências.
Por exemplo, escritórios já utilizam a ferramenta para agilizar consultas iniciais, esclarecer dúvidas de clientes e até estruturar peças jurídicas básicas. A economia de tempo é evidente, permitindo que advogados concentrem esforços em demandas estratégicas e personalizadas.
Quais os Limites Éticos para o Uso do ChatGPT?
A utilização do ChatGPT pelos advogados enfrenta limites claros, especialmente aqueles definidos pelo Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94) e pelo Código de Ética da OAB. A tecnologia deve sempre respeitar a confidencialidade e o sigilo profissional, bem como evitar induzir os clientes a erros ou interpretações equivocadas sobre direitos e obrigações.
A recente Provimento nº 205/2021 do Conselho Federal da OAB alerta especificamente sobre a importância da transparência quanto ao uso de tecnologias digitais na advocacia, proibindo expressamente o uso da IA para tomar decisões jurídicas sem supervisão humana adequada.
Responsabilidade Jurídica e o Uso da IA
É fundamental compreender que o advogado continua responsável por todas as decisões jurídicas tomadas com base em informações produzidas por ferramentas de inteligência artificial. Decisões recentes do Tribunal de Ética da OAB têm reforçado que, independentemente da tecnologia utilizada, é o profissional quem responde diretamente perante a Justiça e aos clientes.
Um exemplo prático recente envolveu uma situação em São Paulo, onde um escritório foi questionado eticamente após confiar cegamente em uma ferramenta de IA para elaboração de petição, resultando em erros técnicos e prejuízos processuais ao cliente.
Segurança de Dados e o Papel da LGPD
Outra questão fundamental diz respeito à segurança de dados pessoais e sensíveis tratados pelo ChatGPT. Segundo a LGPD (Lei nº 13.709/2018), os advogados devem garantir que os dados utilizados na interação com a IA estejam protegidos contra vazamentos e usos inadequados.
É essencial, portanto, implementar políticas internas robustas de compliance digital e proteção de dados, mitigando riscos jurídicos e éticos relacionados ao uso dessas tecnologias.
Por que Buscar uma Orientação Especializada?
Mesmo com todas as vantagens, é imprescindível buscar orientação especializada ao utilizar ferramentas como o ChatGPT em atividades jurídicas. Um advogado experiente pode orientar adequadamente sobre os limites éticos, evitando problemas futuros que possam prejudicar a reputação do profissional e gerar prejuízos financeiros.
Se você está considerando implementar ferramentas tecnológicas em seu escritório, conte com apoio jurídico especializado para assegurar conformidade ética e legal, potencializando os benefícios com segurança jurídica plena.