Cancelamento em Massa e Responsabilidade Jurídica de Usuários nas Redes

O “tribunal da internet” pode custar caro

Nos últimos anos, o fenômeno do cancelamento em massa ganhou força: usuários se unem para expor, atacar ou excluir personalidades, empresas ou cidadãos comuns. Mas essa mobilização digital, quando ultrapassa os limites da crítica legítima, pode gerar responsabilização civil e criminal.

O que configura responsabilidade nas redes?

O Código Civil (arts. 186 e 927) prevê que quem causa dano a outrem, mesmo por meios digitais, deve repará-lo. Publicações com ofensas, ameaças, exposição indevida, montagem de imagens ou compartilhamento de dados pessoais configuram abuso do direito de expressão.

Casos reais e jurisprudência recente

Em 2022, uma jovem processou influenciadores que incitaram ataques em massa após exposição de sua vida privada. O TJSP condenou os envolvidos ao pagamento de indenização e remoção dos conteúdos. A corte reconheceu que “cancelamentos promovem danos reais e intensos, não sendo protegidos pela liberdade de expressão.”

O efeito destrutivo da cultura do linchamento

A internet potencializa a voz coletiva — mas também a crueldade. O cancelamento virtual pode arruinar carreiras, provocar depressão e até levar ao suicídio. Quando a crítica se transforma em ataque orquestrado, deixa de ser opinião para se tornar violência simbólica e jurídica.

A voz que constrói é mais forte que a que destrói

Antes de compartilhar ou comentar, reflita: isso ajuda ou destrói? Liberdade com responsabilidade é o princípio que sustenta uma convivência digital saudável. O respeito deve prevalecer, mesmo diante da indignação.

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