Quando o Judiciário adota inteligência artificial
O Supremo Tribunal Federal tem um assistente muito especial: o robô “Victor”, sistema de IA que ajuda a analisar recursos com repercussão geral. Mas o que isso representa? Uma modernização necessária ou um risco à imparcialidade judicial?
O que o Victor realmente faz?
O sistema “Victor”:
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Analisa peças processuais;
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Identifica temas repetitivos;
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Sugere se há repercussão geral nos recursos.
Mas atenção: ele não decide. O ministro relator continua responsável pela análise e julgamento final. O Victor é uma ferramenta de apoio — e é assim que deve permanecer.
Por que isso importa?
Se o Judiciário começa a depender demais de sistemas automáticos, surgem riscos como:
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Redução da individualização de decisões;
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Falta de transparência nos critérios usados;
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Risco de reprodução de vieses históricos ou estatísticos.
O que o STF defende?
O próprio STF reforça que a IA:
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Não substitui a análise humana;
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Deve ser explicável e auditável;
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Deve preservar o contraditório e a ampla defesa.
A tecnologia no Judiciário é bem-vinda — desde que sirva à Justiça, e não ao automatismo cego. O futuro não é robotizar o juiz, mas fortalecê-lo com inteligência.