A Prova do “Abandono do Lar” no Casamento: Como a Legislação Tem se Adaptado às Novas Realidades de Moradia e Trabalho Remoto

O “abandono do lar” é um termo jurídico que, por muito tempo, foi usado como motivo para o divórcio. Ele se referia à saída de um dos cônjuges da residência do casal, de forma voluntária e sem justa causa, por mais de um ano, com o intuito de não retornar. No entanto, com a ascensão do trabalho remoto e as novas realidades de moradia, o conceito de “abandono do lar” se tornou obsoleto. A legislação tem se adaptado a essa nova realidade.

A Emenda Constitucional 66/2010 estabeleceu que o divórcio pode ser pedido por um dos cônjuges sem a necessidade de justificar o motivo. Isso significa que o abandono do lar não é mais um pré-requisito para o divórcio. No entanto, o termo continua sendo usado em alguns casos, especialmente para a partilha de bens.


A Nova Realidade da Moradia e do Trabalho Remoto

O trabalho remoto e as novas realidades de moradia tornaram a prova do abandono do lar quase impossível. O cônjuge pode morar em outra cidade ou até mesmo em outro país, mas continuar a ter um vínculo de afeto e de responsabilidade com o parceiro. A falta de convivência em um mesmo teto não é, por si só, uma prova de abandono do lar. O judiciário tem entendido que o mais importante é a comunhão de vida e a intenção de constituir família.

A prova do abandono do lar se tornou irrelevante para o divórcio, mas a sua prova pode ser usada para a partilha de bens. A lei brasileira entende que o cônjuge que abandona o lar perde o direito de pedir alimentos compensatórios, que são uma forma de equilibrar a disparidade econômica que pode ter sido criada durante o casamento.


O Abandono e a Partilha de Bens: Uma Nova Visão

A lei brasileira entende que o cônjuge que abandona o lar sem justa causa perde o direito de pedir pensão alimentícia. A jurisprudência, no entanto, tem sido cautelosa, e tem analisado o caso a caso. O abandono do lar é um reflexo do fim do afeto, e a sua prova pode ser usada para mostrar que o cônjuge não tem mais a intenção de manter a união.

A melhor forma de evitar problemas com o abandono do lar é a transparência e o diálogo. O casal pode, com o auxílio de um advogado, decidir sobre a forma de lidar com a separação. O divórcio consensual é a melhor forma de evitar longas e desgastantes batalhas judiciais.


O Fim do Abandono do Lar como Causa de Divórcio

O abandono do lar, como motivo de divórcio, é um conceito obsoleto. O divórcio hoje é imotivado, e a sua prova é desnecessária. No entanto, a sua prova pode ser usada para a partilha de bens e para a definição de pensão alimentícia. A melhor forma de se proteger é o planejamento pré-matrimonial. O pacto antenupcial pode prever cláusulas sobre a partilha de bens, o que pode evitar problemas com o abandono do lar.

O seu casamento pode ser uma história de amor, e o seu divórcio, um ato de liberdade.

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